sexta-feira, 1 de junho de 2012

IVC - Iniciação à Vida Cristã





ENCONTRO CELEBRATIVO CATEQUESE E PASTORAL FAMILIAR

INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ – ESBOÇO DE UM DIÁLOGO

Na comunidade, chegam o Sr. José e a Dona Maria. Vêm pedir o batismo do seu filho João, recém nascido. São acolhidos e encaminhados à equipe de coordenação da iniciação à vida cristã, que é formada pela coordenação da pastoral do batismo, pela coordenação da liturgia, a coordenação da catequese (infanto-juvenil e de adultos) e a coordenação da pastoral familiar.
- Bom dia. Sejam bem vindos.
- Nós queremos marcar o batismo deste menino.
- Pois não. Como ele se chama?
- João.
- E os senhores?
- José e Maria.
- Vocês são de onde?
- Daqui mesmo, desta cidade.
- Certo. E de que comunidade?
- Comunidade?
- Sim, a igreja é formada de comunidades.
- Ah, somos daqui mesmo, da Vila Serrana.
- Então, comunidade eclesial São Tarcísio. Vocês conhecem?
- Não conhecemos, não.
- Então, vejam bem: temos um convite a lhes fazer.
- Qual?
- A participarem da comunidade, para conhecê-la.

- E como fazer isso?
- Vejamos: a comunidade se reúne para a celebração da Palavra de Deus todo domingo, às 07:30. E todo terceiro domingo do mês, para a Missa. Lá estão crianças, jovens, casais, pais, mães, idosos. Lá eles cantam, oram, ouvem a leitura da Palavra de Deus na Bíblia, partilham o que a Palavra lhes disse, partilham os dons materiais, professam a fé que receberam da Igreja, louvam e agradecem, e depois partilham o Pão da Vida, que é Jesus. No final da celebração eles avisam o que mais existe na comunidade: celebrações, reflexões e estudos, obras de caridade, para que todos fiquem sabendo e possam participar. Depois se abraçam e se despedem, alegres, com forças renovadas.
- Todo domingo?
- É, todo domingo.

- E daí?
- Então. Estamos convidando o senhor e a senhora a conhecê-los.
- Mas quanto tempo leva pra isso?
- Como assim, quanto tempo?
- Eu vou ter que ir lá todo domingo? E durante quanto tempo?
- Bom. O tempo que o senhor e a senhora, juntamente conosco, julgarem que é necessário para nos conhecer e a comunidade conhecer os senhores. Quem sabe durante um ano litúrgico?
- Um ano?

- É. Um ano. Não lhes parece razoável? Os senhores ficam nos conhecendo. Para conhecer uma pessoa ou um grupo de pessoas não é preciso tempo de convivência? E, conhecendo, quem sabe os senhores gostem e queiram mesmo ficar até ao ponto de quererem batizar seu filho João na nossa igreja? E nós, da nossa parte, conhecendo os senhores, chegaremos à conclusão de que vai mesmo valer conceder o batismo ao seu filho.
- Ah, estamos entendendo. Mas esse menino precisa ser batizado já. Não é isso que ensina a igreja? Nós temos o direito de pedir e ter o batismo do nosso filho ou não? O batismo não é necessário para a salvação?
- É verdade, é isso que a igreja ensina. O senhor sabe das coisas, heim?
- É. De algumas.

- Pois é. E esta mesma igreja pede que os pais deem a ela esperanças fundadas de que esse menino vai ser educado na fé, na esperança e na caridade cristãs, fazendo valer o batismo que a igreja vai dar a ele. É assim que acontece a salvação. Pelo batismo e pela fé vivida na comunidade e na sociedade.
- Ué. Não entendi.
- Olhem, Sr. João e D. Maria. Tem uma palavra de Jesus aos discípulos que diz o seguinte: vão pelo mundo e façam com que as pessoas sejam meus discípulos. Ele quer discípulos, em primeiro lugar. Depois de formar discípulos, Jesus acrescenta: batizem em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. E ainda acrescenta: e ensinem a elas a observarem o que eu mandei. É a catequese, é a comunidade, é a celebração, é a Palavra anunciada.
- Mas isso demora muito!

- Mas os senhores estão com pressa?
- Não é bem pressa. É que não tenho tempo para isso tudo. Ficar um ano participando de celebrações, reuniões, encontros, obras de caridade. Nossa vida é muito corrida. Não é um curso de batismo de quatro horas mais não?
- Infelizmente, Sr. João e D. Maria, o curso de batismo não parece ter ajudado muito a formar discípulos de Jesus.
- Não?! Como assim?!
- Não. Para muitas pessoas que vêm aqui procurar e pedir o batismo dos seus filhos, depois que o recebem, só voltam depois de anos e anos, para receber talvez outro sacramento: a primeira eucaristia do filho. Depois disso, pouquíssimos voltam para confirmar o batismo que receberam quando eram crianças. Um dia, quem sabe, voltam para casar. Até parece que o batismo e as outras celebrações foram uma coisa assim tipo “cerimônias” do adeus. Até parece uma formatura: diploma e despedida.
- Mas nós ouvimos dizer que as palestras do curso de batismo são boas. Elas não bastam?
- É verdade também. São muito boas, muito bem preparadas pelos catequistas. E aí os senhores imaginam a tristeza que eles sentem, depois: verem muitas daquelas pessoas que ouviram tudo aquilo simplesmente desaparecer do mapa da comunidade eclesial e até mesmo viver o contrário do batismo, neste mundo afora.
- Mas a gente tem muita coisa para fazer: trabalhar, cuidar de casa, de filhos, viajar, e tem os problemas que acontecem.

- Isso também é verdade, Sr. João e D. Maria. Mas, vejam bem. Na comunidade, todas aquelas pessoas que celebram, reúnem-se, meditam a Palavra de Deus e fazem obras de caridade, elas também têm tudo isso para fazer. Como será que elas conseguem? Até parece um milagre, não é mesmo?
- É, parece um milagre.
- E é mesmo, um milagre de Deus na vida delas. Os senhores não gostariam de ter esse milagre?
- Nós vamos pensar. Então, quer dizer que meu filho não pode ser batizado nesta igreja?
- Pode. E será, se Deus quiser e se os senhores decidirem conosco, não é mesmo?
- Não é para agora?
- É como lhes falei, Sr. João. É como Jesus falou com os dois jovens que foram atrás dele. Ele e Ele se virou para eles e perguntou: - O que vocês estão procurando? Eles: - Mestre, onde moras? Jesus respondeu: - Venham e vejam. Aí eles foram, permaneceram com Ele e chegaram a uma conclusão, depois de três anos. Nem foi um ano, foram três.
- Qual foi a conclusão deles?
- Tornaram-se discípulos de Jesus e foram batizados por Ele.

Padre Nilton Gonçalves (SVD)
Pároco de São Sebastião (BM)

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